Tire suas dúvidas sobre os métodos contraceptivos hormonais
14:54:00
Boa tarde, mulheres lindas! Eu tenho
que ser sincera com vocês... tenho sérios problemas para escolher um AC que
realmente funcione e não me faça mal. Das opções abaixo só não experimentei
ainda o DIU. Como sofro de enxaqueca, nunca consegui ficar muito tempo com AC
via oral. Adesivos depois de um tempo também me fizeram mal. No pós parto tomei
um que me dava dor de cabeça todos os dias. Fora o sentimento de depressão. E
você?
A melhor opção é aquela que te faz bem.
Converse com seu ginecologista até encontrar a sua!
Os anticoncepcionais hormonais são os mais utilizados pelas mulheres no
Brasil e no mundo[1].
Eles são importantes na prevenção da gestação não-planejada, principalmente
entre adolescentes e jovens, que estão começando a sua vida sexual e têm
pela frente um mundo de descobertas e escolhas. Mas, por que é necessário
pensar nesse assunto?
A gravidez em idade precoce traz mudanças na rotina e tem impactos
sociais e psicológicos[2],
pois muitas garotas precisam abandonar os estudos, desistem de seguir uma
carreira e enfrentam a crítica da família. A vinda de um bebê muda também a
vida dos garotos, que deveriam assumir a responsabilidade e apoiar a futura
mamãe, dando suporte emocional e financeiro (o que não implica em ter de
casar). Apostar na prevenção da gravidez é sinal de amadurecimento e
proporciona mais tranquilidade para curtir a relação.
Nessa matéria, entrevistamos a médica ginecologista e obstetra, Dra.
Sylvia Maria Oliveira da Cunha Cavalcanti, que apoia o movimento nacional “A
vida é feita de escolhas”, que tem como objetivo levar informações de qualidade
sobre educação sexual, prevenção de gravidez e planejamento familiar a mulheres
e homens em todo o Brasil, principalmente adolescentes.
Dra. Sylvia é Membro do Comissão Nacional de Sexologia da Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); Mestre em
Saúde Materno Infantil; Professora da Faculdade de Medicina do Centro de Ensino
Unificado de Brasília; Especialista em Ginecologia da criança e da adolescente
pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Especialista em sexologia e
Educação sexual pela FLASSES (Federação Latino Americana de Sexologia e
Educação Sexual) e membro da Sociedade de Ginecologia Infanto-Puberal (SOGIA).
Quais são os métodos contraceptivos hormonais?[3]
Qualquer método contraceptivo deve ser prescrito por um ginecologista,
que vai fazer também um acompanhamento da adaptação da mulher ao medicamento
escolhido. Os anticoncepcionais hormonais são comercializados em diferentes
apresentações e são compostos por uma combinação de hormônios, geralmente
estrogênio e progesterona sintéticos. Apresentam alto percentual de eficiência
para evitar a gravidez – acima de 99%. Entretanto, nenhum
anticoncepcional hormonal protege das DSTs – doenças sexualmente transmissíveis
- como a AIDS, a sífilis e o HPV. Por isso, tem que usar a camisinha
também, para não se infectar com alguma doença.
Pílula de uso oral: um dos métodos mais populares, a
pílula é composta por hormônios que inibem a ovulação. Ela deve ser tomada por
via oral diariamente. Há vários tipos de pílulas, que variam conforme os
hormônios utilizados. Existem aquelas que a mulher pode tomar de forma
contínua, sem menstruar. Algumas versões pedem uma pausa entre uma cartela e
outra. As pílulas mais modernas têm baixa dosagem de hormônios, raros efeitos
colaterais, reduzem os sintomas da TPM, regulam o ciclo e o fluxo e ainda
ajudam a combater as espinhas. Atinge até 99,7% de eficiência na prevenção da
gravidez.
Anticoncepcional injetável: composto por hormônios que são
gradativamente liberados no organismo e impedem a ovulação. Deve ser aplicado
uma vez por mês ou trimestralmente, dependendo do tipo da sua formulação. Eles
têm a vantagem da praticidade e atingem até 99,9% de eficácia contra a
gravidez.
Anticoncepcional em forma de adesivo: aplicado na pele no primeiro dia
da menstruação, ele libera hormônios que inibem a ovulação. Deve se trocar o
adesivo a cada semana, por 3 semanas consecutivas e fazer uma pausa na quarta
semana. Sua eficácia é de até 99,7%, que pode ser reduzida em mulheres acima do
peso.
Implante contraceptivo: um bastão que mede 4 cm x 2 mm. Ele é
introduzido sob a pele e libera hormônios gradativamente, impedindo a ovulação.
Sua eficiência é de 99,9% e ele só precisa ser trocado a cada três anos. Sua
aplicação só pode ser feita pelo ginecologista, que avaliará se é o
contraceptivo mais adequado para você.
DIU –
Dispositivo intrauterino: existem
dois tipos de DIU - o de cobre e o hormonal (também conhecido como SIU). Ambos
são introduzidos no útero e impedem a passagem dos espermatozoides para as
trompas, a fim de evitar a fecundação do óvulo. A diferença é como eles
funcionam: o de cobre age de forma local, deixando o ambiente uterino
“tóxico” porque possui propriedades espermicidas que “matam” os espermatozoides
ou diminuem sua movimentação; o segundo tipo libera hormônios no útero
que alteram o movimento normal do esperma no útero e dificulta a
chegada dos espermatozoides às trompas, além de provocar espessamento do
muco do canal cervical. Esses dispositivos alcançam 99,4% e 99,8% de
eficiência, respectivamente, são trocados a cada 5 anos e devem ser aplicados e
removidos pelo ginecologista.
Pílula do dia
seguinte: chamada
também de “pílula de emergência”. Isso quer dizer que ela realmente
só deve entrar em cena em um caso de extrema necessidades, quando a garota
esqueceu de tomar a pílula ou se a camisinha estourar. Deve-se evitar seu uso,
porque ela tem alta concentração de hormônios e, se usada de maneira habitual,
pode trazer efeitos colaterais e complicações. Ela deve ser tomada até 72 horas
após a relação, tem eficiência de até 75%, sendo que quanto antes se tomar,
maior sua eficácia. Ela impede a fecundação, mas não tem efeito se o óvulo já
tiver sido fertilizado pelo espermatozoide, ou seja, não tem efeito abortivo.
Sobre o Movimento A Vida é Feita de Escolhas
Consenso entre os principais estudos brasileiros e internacionais sobre
o assunto[4],
a orientação é sempre um caminho essencial para a prevenção da gravidez na
adolescência, um problema de saúde pública no Brasil. Por isso, objetivo o
Movimento A Vida é Feita de Escolhas tem como objetivos realizar um trabalho de
conscientização para estimular discussões, o engajamento e a mobilização. A
ideia central é trabalhar para que gravidez na adolescência seja fruto de uma
escolha e não um “acidente”. As informações sobre comportamento, saúde e
educação sexual terão o respaldo de especialistas, como ginecologistas,
sexólogos e educadores. O movimento conta com site (www.avidaefeitadeescolhas.com.br), uma página
no Facebook (@vidafeitadeescolhas), perfil no Instagram
(@avidaefeitadeescolhas_viva), material educativo distribuído em consultórios
de ginecologia e palestras em escolas.
Sobre a EMS
Maior laboratório farmacêutico no Brasil, líder de mercado tanto em
unidades comercializadas quanto em faturamento, pertencente ao Grupo
NC. Com aproximadamente cinco mil colaboradores e mais de 50 anos de
história, atua nos segmentos de prescrição médica, genéricos, medicamentos de
marca, OTC e hospitalar, fabricando produtos para praticamente todas as áreas
da Medicina. Tem presença no mercado norte-americano por meio da Brace Pharma,
empresa com foco em inovação radical. A EMS também investe consistentemente em
inovação incremental e é uma das acionistas da Bionovis, de medicamentos biotecnológicos
– considerados o futuro da indústria farmacêutica. Com unidades produtivas em
São Bernardo do Campo, em Jaguariúna e em Hortolândia (SP), onde funciona o
complexo industrial, incluindo o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento, um
dos maiores e mais modernos da América Latina, e a unidade totalmente
robotizada de embalagem de medicamentos sólidos, além de contar com a Novamed,
localizada em Manaus (AM), uma das cinco maiores e mais modernas
fábricas de medicamentos sólidos do mundo, a EMS exporta para mais de 40
países - www.ems.com.br.
[1] Manual de Orientação
Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (Febrasgo).
[2] Dias ACG, Teixeira MAP. Gravidez na adolescência: um
olhar sobre um fenômeno complexo. Paidéia (Ribeirão Preto).
2010;20(45):123-31
[3] Informações baseadas nos
seguintes documentos e publicações:https://www.nichd.nih.gov/health/topics/contraception/conditioninfo/Pages/types.aspx.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf ;
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e obstetrícia; Manual de
Critérios Médicos de Elegibilidade da OMS para Uso de Métodos
Anticoncepcionais; Giordano et al. Contraception in adolescents; Adolescência
& Saúde.2009.
Opções de Anticoncepção na Adolescência. Organização Pan-americana da
Saúde.2016 Ministério da Saúde e Associação
de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp).
[4] Finer LB,
Henshaw SK. Disparities in rates of unintended pregnancy in the United States,
1994 and 2001. Perspect Sex Reprod Health2006; 38:
90-96. - World Health Organization. Medical eligibility criteria for
contraceptive use. 5 ed. Geneva: World Health Organization; 2015: 268 p.
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