Álbum educativo: Saiba como o álbum de figurinhas da Copa do Mundo pode ser o melhor recurso para retomar a socialização pós-pandemia!

20:26:00

Por Claudia Siqueira

Crianças, jovens e adultos se encontram para simplesmente trocarem figurinhas! Espaços públicos tornam-se pontos de encontro, shoppings abrem espaços para a troca para não ficarem de fora, praças ganham uma nova função!

É isso! Competências sociais na veia! Frustração, expectativa, negociação, resiliência, argumentação são algumas das soft skills que esta turma está ativamente exercitando.

Mas como a escola que é o 2º núcleo social de convívio de uma criança pode usar a seu favor esse fenômeno como uma oportunidade de aprendizagem?

Sim! O álbum de figurinhas da Copa do Mundo pode e deve ser uma ferramenta para trazer mais sentido e significado para o ato de aprender.

Pesquisas recentes sobre a exposição e tempo em frente à tela mostram que a pandemia potencializou o uso recreativo da tecnologia, mas o excesso tem causado muitos prejuízos que já existem grupos de reabilitação de dependência tecnológica. Diante desse cenário, porque não pensar que um ritual quase que primitivo de colecionar e trocar é hoje o melhor recurso e aliado nesta grande batalha que tem como foco a reabilitação social, após estes dois anos de pandemia.

É isso mesmo! Estamos hoje conseguindo restabelecer o contato humano com uma atividade extremamente simples.

Escolas deveriam olhar para este fenômeno mundial e usá-lo com mais intenção e assertividade já que é indiscutível que o engajamento dos estudantes seria um bom indicador. Até porque já existem muitas evidências que o álbum está tirando as crianças e jovens de suas casas, fazendo com que eles conheçam novas pessoas, acordem mais cedo para irem aos pontos de troca, e descubram outros lugares da cidade, entre outros benefícios.

Imaginem se a escola absorver o álbum como recurso para aprender diferentes conteúdos e abordar temas como numeração, conceito de par e impar, geografia física, história dos países participantes, política antirracista, estimativas... e a lista não para por aqui, na realidade, começa! E não usando o álbum como pretexto para aprender, mas como contexto, porque seria uma evidência relevante mostrar que a escola pode e deve dialogar com a realidade, com a atualidade e escolher educar para a vida.

Que bom que temos a Copa para nos ajudar a retomarmos a nossa humanidade, para nos relembrarmos que interagir, integrar e socializar são necessidades humanas.

E você? Topa um “bafo”? Tenho um monte de repetidas!


Cláudia Siqueira é historiadora e pedagoga, fez magistério com especialização em gestão escolar. É pós-graduada em "Aperfeiçoamento de Docentes de Ensino Fundamental" pela PUC e em "Pedagogia de Projetos e Tecnologias Educacionais" pela USP. Tem como foco de pesquisa e estudo "Inovação em Educação". Fez especialização em Primeira Infância em Harvard. É aluna Alumni da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, participando do grupo de estudos de Primeira Infância pela Fundação. Foi aluna do programa de formação docente (ISTEP) da Universidade de Stanford e, desde 2016, visita com frequência a Universidade para se aprofundar nos conceitos de EpE (Ensino para Equidade) e Mentalidades Matemáticas. É autora de livros (“Autoestima e Esporte” / “Beleza na Escola? Uma relação mais consciente e positiva com sua autoimagem” /etc.), palestrante e consultora na área de educação. Atualmente é Gestora Pedagógica do Colégio Sidarta e Gestora Geral do Instituto Sidarta (www.sidarta.org.br).

@claudiasiqueira

Instagram: claudiasiqueira_edu

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