Thais Aguiar faz duas apresentações do monólogo "Pagu - Do Outro Lado do Muro" na FLIP 2023

08:17:00

Thais Aguir é Pagu no espetáculo "Pagu - Do Outro Lado do Muro"
Foto: Orvalho Filmes/ Gaspar Lourenço
Com texto escrito por Tereza Freire espetáculo tem a atriz no papel de Patrícia Rehder Galvão, a Pagu e revela o resultado de uma investigação dos destroços mais profundos e pouco conhecidos da história da militante política e cultural, e uma das pioneiras do feminismo no Brasil

Há quatro anos, Thais Aguiar começou suas pesquisas para materializar a musa modernista no espetáculo “Pagu – Do Outro Lado do Muro”, com o texto de Tereza Freire. O espetáculo terá duas apresentações em Paraty durante a FLIP 2023, no dia 22, na Casa Pagã, e no dia 24, na Casa Gueto, pouco antes de sua morte completar 61 anos.

“É impressionante como a história de Pagu ainda faz uma provocação extremamente atual sobre a luta por justiça social e retomando uma cultura de papel transformador. As pessoas poderão vivenciar uma jornada cheia de detalhes para entender toda a complexidade dessa personalidade”, explica Thais

O texto é baseado no livro “Dos Escombros de Pagu”, resultado de uma tese de mestrado de Tereza Freire. A pesquisa, que durou quatro anos, resgata a vida e a obra dessa importante precursora de comportamentos político-sociocultural brasileiros de uma feminista, militante política, ilustradora, comunista e crítica literária e teatral. Ela marcou a história do Brasil, revolucionando e chocando a sociedade dos anos de 1930, com suas ações e pensamentos inovadores.

“Ao ler o livro eu fiquei extremamente apaixonada por Pagu e por tudo o que ela representa para o feminismo no Brasil, levantando essa bandeira em um período no qual as mulheres tinham pouco espaço para se expressar. Eu me agarrei a essa história que, como mulher, sinto que também é minha”, conta a atriz.

No palco, Thais traz uma Pagu que expõe a sua vida e a sua relação com Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e os modernistas, com seus filhos, amores, amigos, família, viagens, descobertas, alegrias, tristezas. A concepção cênica se propõe a repensar a linguagem de como o teatro narrativo foi apresentado, por meio dos estudos de Walter Benjamin e o teatro épico desenvolvido por Brecht.

Em “Pagu – Do Outro Lado do Muro”, a personagem volta para narrar sua trajetória de vida com todos os acontecimentos vividos e superados, sem qualquer sentimento de culpa e vitimização dos fatos. Uma interpretação que mergulha nas memórias da personagem e emociona pela veracidade dos acontecimentos vivenciados, deixando o público livre para interpretar a história como quiser e com isso a narração atinge uma amplitude para além da informação.
Thais Aguir é Pagu no espetáculo "Pagu - Do Outro Lado do Muro"
Foto: Orvalho Filmes/ Gaspar Lourenço


Sobre Patrícia Redher Galvão (Pagu)

Nasceu em São João da Boa Vista (09/06/1910), morreu em Santos (12/12/1962). Foi autora do primeiro romance proletário brasileiro (Parque Industrial) e a primeira presa política deste país. Casada com Oswald de Andrade, destacou-se significativamente no movimento Modernista de 1922. Ainda jovem, trabalhou em fábricas e militou pelo Partido Comunista.

Escreveu contos policiais publicados pela revista Detective, dirigida pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, que depois (1998) foram reunidos na obra Safra Macabra. Em trabalhos, junto a grupo teatrais, revelou e traduziu grandes autores, até então inéditos no Brasil, como James Joyce, Eugène Ionesco, Arrabal e Octavio Paz.

Fundou um jornal de esquerda com Oswald de Andrade, empastelado pela polícia repressora da época. Foi perseguida pela ditadura Vargas. Militou na França, foi presa e deportada para o Brasil. Antes, presenciou a coroação do Imperador Pu Yi, da Manchúria. Presa em 1935, permaneceu encarcerada por 5 anos. Foi torturada e, somente libertada por motivos de doença, pesando cerca 40kg.

Tentou suicídio por conta de um tratamento de câncer mal sucedido. Em Santos, tornou-se uma das grandes incentivadoras do teatro amador, responsável pela descoberta de Plínio Marcos.

Morreu aos 52 anos, vítima de câncer no pulmão. Seu último marido foi Geraldo Ferraz, crítico do jornal “A Tribuna” (Santos), em que também foi colaboradora. Caiu no esquecimento da história oficial até que Augusto de Campos publicou sua antologia poética e “gritou”: Quem resgatará Pagu?



Pagu – Do Outro Lado Do Muro

Duas apresentações especiais durante a FLIP

Gênero: Drama.

Duração: 70 minutos.

Classificação: 14 anos.



Dia 22 de novembro, as 22h

Local: Casa Pagã – Rua Marechal Deodoro, 378 – Paraty/ RJ




Dia 24 de novembro, as 20h

Local: Casa Gueto – Rua Benedito Telmo Coupê (antiga rua Fresca), nº 277




Ficha Técnica

Atuação: Thais Aguiar

Texto: Tereza Freire

Direção: Erika Moura e Natália Siufi

Trilha Sonora original: Paulo Gianini

Iluminação: Tomate Saraiva

Fotografias: Arô Ribeiro

Assessoria de Imprensa: Antonio Montano (Vetor.am)

Produção: Lorenna Mesquita (Sultana Produções)

Cenário e Figurino orientados por Livia Loureiro



SINOPSE

"Pagu – Do Outro Lado do Muro", texto de Tereza Freire, trata da riquíssima vida de Patrícia Galvão materializada por Thais Aguiar. Muito além de homenagear esta brasileira que foi uma mulher à frente de seu tempo, a peça dá voz a Pagu, musa dos modernistas, militante das grandes causas da humanidade, amante da vida, inquieta, lúcida, mãe, filha, poeta, jornalista...

No texto, a "personagem Pagu" apresenta sua história com a generosidade que sempre a acompanhou e relembra tudo o que viveu, desde a infância até o final de sua vida. Passa por sua relação com Tarsila do Amaral e os modernistas, fala de seus filhos, amores, amigos, da família, das viagens, das descobertas, da menina irreverente que foi e da mulher guerreira em que se transformou. Neste relato emocionante, poético e muito bem-humorado, Pagu nos leva a conhecê-la, entendê-la, amá-la.



SINOPSE CURTA

"Pagu – Do Outro Lado do Muro", apresenta a história de Patrícia Redher Galvão com a generosidade que sempre a acompanhou e relembra tudo o que viveu, desde a infância até o final de sua vida. Muito além de homenagear esta brasileira que foi uma mulher à frente de seu tempo, a peça dá voz à Pagu, musa dos modernistas e militante das grandes causas da humanidade.



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