Eduardo Kobra pinta painéis durante Concerto Villa Total no Theatro Municipal de São Paulo.
10:01:00Pedido, com a "Nona Sinfonia" de Beethoven e arte de Kobra, pela paz na Ucrânia e no mundo, foi um dos grandes momentos nas apresentações da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, regida por Roberto Minczuk.
A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, sob a regência do maestro Roberto Minczuk, apresentou no último sábado, 5 de março, no Theatro Municipal, na capital paulista, o concerto Villa Total, com a integral das Bachianas Brasileiras, do compositor Heitor Villa-Lobos (5 de março de 1887 a 17 de novembro de 1959). O concerto aconteceu em dois horários, às 16h e às 19h30. Durante o concerto, tanto à tarde quanto à noite, o conhecido muralista paulistano Eduardo Kobra fez intervenções em três murais, dois deles colocados nas laterais do palco, com pinturas de Heitor Villa-Lobos e Sebastian Bach (1685-1750), que influenciou decisivamente a obra do compositor brasileiro.
Atrás da orquestra, havia um grande painel de Kobra, com uma releitura do Cristo Redentor, que regia a orquestra, com a batuta de maestro. Ao fundo, as icônicas calçadas paulistanas. “O Cristo Redentor é um cartão postal do Rio de Janeiro, mas do Brasil também. E a Semana de Arte Moderna aconteceu há 100 anos, em São Paulo, justamente no Theatro Municipal, com a participação importantíssima de Villa-Lobos, que é carioca”, explica o muralista, que deixará os paniéis à disposição para serem expostos gratuitamente em espaços culturais do estado de São Paulo.
Ao final da primeira apresentação e início da segunda, para pedir paz para a Ucrânia e o mundo, a orquestra, toda de branco, tocou o Gran Finale da “Nona Sinfonia” de Beethoven (1770 a 1827) que, de acordo com o maestro, é “o maior símbolo musical da paz mundial”. Durante a execução da Nona Sinfonia, subiram ao palco, também com camisas brancas, o Coral Paulistano e o Coro Lírico, ambos do Teatro Municipal. Simultaneamente, Kobra, Samira Hassano, do Coral Paulistano; o concertmaster da Orquestra, Pablo de Leon; o violoncelista Mauro Brucoli e o maestro Roberto Minczuk ergueram uma arte feita pelo muralista, com cinco letras, recortadas em isopor e que, juntas, formavam a palavra Peace. Foi emocionante. Todos foram ovacionados, em pé, pelo público, que lotou o Municipal nas duas apresentações. “Realizei mais de dez estudos, com diferentes formas e cores, sobre como poderia pintar a paz”, conta Kobra, que acrescenta: “Mas de repente percebi que não deveria nem mesmo colocar as tradicionais cores da minha arte, já que o que precisamos, todos nós, cidadãos do mundo – independentemente da cor, raça, gênero, religião ou país – é de algo simples e claro, como a cor branca: Paz!”
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