HPV pode causar câncer de colo de útero

10:13:00

Março Lilás chama atenção para o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil: o de colo de útero

Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, alerta: quando detectado no começo, o câncer de colo de útero pode ser tratado com sucesso. Para jovens, existe a vacina contra o HPV e, para quem porta o vírus HPV, os exames de rotina são fundamentais

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer – Inca, no Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres. Para o ano de 2021, foram estimados 16.710 casos novos, com um risco estimado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.
Dra. Mariana Rosario, ginecologista,
obstetra e mastologista

divulgação


Em março, todo o mundo chama a atenção para essa doença, que é causada pelo papilomavírus humano (HPV) e, atualmente, tem vacina disponível para jovens: meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

Para a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein, “toda mulher precisa fazer o Papanicolau anualmente, um exame que detecta a presença de doenças no aparelho reprodutor. A partir do momento em que a mulher é contaminada pelo HPV, ela necessita ficar ainda mais atenta, fazendo a vulvoscopia e a colpocitologia oncótica, que são exames simples, realizados no mesmo momento do Papanicolau, mas que têm a função de verificar se o HPV está ativo no organismo, causando lesões. Se aparecerem sintomas, é preciso cauterizá-las, com o uso de métodos adequados, como laser ou ácidos, para que o problema não avance e o câncer apareça”, diz a médica.

O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais (região genital e no ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. Trata-se de uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) muito temida porque o vírus é causador de 99% dos casos de câncer de colo de útero. “Quando as pessoas têm relações sexuais desprotegidas, elas estão expostas ao contágio por diversas doenças – e o HPV é uma delas. A partir da exposição ao HPV, podem surgir verrugas genitais (condilomas genitais ou condilomas acuminados), que indicam a presença do vírus, lesão pré-maligna de câncer (também chamada de lesão precursora), vários tipos de cânceres, como os do colo de útero, vagina, vulva, ânus, pênis e orofaringe, bem como a Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR)”, informa a médica.

A doença também pode permanecer assintomática, manifestando-se ou não ao longo da vida. O que se sabe é que quem foi contaminado pelo HPV torna-se um potencial transmissor do vírus. E, apesar de as estatísticas apontarem que 10% dos homens ou mulheres terão esse tipo de verruga ao longo da vida, realmente esse número pode ser maior, devido ao fato de muitas pessoas não manifestarem a doença, mas a transmitirem a outras. Por isso, cada vez mais, o uso do preservativo é tão importante.

“Basta uma relação íntima para que você seja contaminada pelo HPV. Esse é um vírus altamente contagioso e sua transmissão se dá pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada. Assim, o toque da mão ou da boca com o órgão genital ou o próprio ato sexual podem gerar o contágio – sem que haja, necessariamente, a penetração”, diz ela.

O diagnóstico do HPV é realizado por exame clínico, em consultório, com confirmação por Papanicolau, colposcopia e vulvoscopia, além de hibridização in situ, captura híbrida e PCR. Também se realiza o Teste de HPV de Alto Risco, um exame que consegue assegurar a presença do vírus mesmo em mulheres sem sinais ou sintomas da doença.

Não existe um tratamento específico para eliminar o Papilomavírus humano do organismo. Ele pode desaparecer espontaneamente ou ficar latente pela vida inteira, manifestando-se quando a imunidade baixa. Quando aparecem verrugas genitais, o tratamento é individualizado, variando conforme a opção médica, o tamanho, a quantidade e a localização das lesões e as condições financeiras da paciente, porque há tratamentos que o SUS não oferece ou até os convênios não cobrem.

Assim, existem o laser, a eletrocauterização, a aplicação de ácido tricloroacético (ATA) e a adoção de medicamentos que melhoram o sistema imunológico. Em casos de câncer, até mesmo a cirurgia é adotada.

Vacina

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece a vacina para os seguintes grupos:

- Meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;

- Portadores de HIV;

- Pessoas transplantadas na faixa etária dos nove aos 26 anos e que façam acompanhamento médico.

A vacina é ministrada em duas doses, sendo a segunda realizada passados seis meses da primeira dose. Os portadores de HIV e transplantados têm direito a receber três doses, com intervalos de 0, 2 e 6 meses. Os demais grupos etários podem ter acesso às vacinas nos serviços privados, desde que tenham indicação médica. Nos serviços privados, são três doses ministradas, em intervalos de 0, 2 e 6 meses.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mulheres entre 9 e 45 anos podem receber a vacina quadrivalente, bem como as de 9 a 25 também podem receber a bivalente. Os homens entre 9 e 26 anos têm como recomendação apenas a vacina bivalente. Ainda de acordo com a Anvisa, as clínicas não estão autorizadas a vacinar pessoas fora dessas idades estabelecidas.

As duas vacinas têm maior indicação para meninas e meninos que ainda não começaram a vida sexual e é nesse período que a proteção tem maior resultado.

A vacina de HPV não cobre todos os tipos de vírus existentes, mas previne contra os quatro principais tipos, sendo dois específicos para as verrugas genitais e anais e os outros dois vírus responsáveis pelo desenvolvimento de câncer.

Mesmo para aquelas pessoas que já foram infectadas por um tipo de vírus, a vacina ainda é indicada, pois pode prevenir de outros diferentes com os quais ainda não tenha tido contato anterior.



Sobre a Dra. Mariana Rosario

Formada pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra. Mariana Rosario possui os títulos de especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela AMB – Associação Médica Brasileira, e estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, de Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo. É membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e formação em Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elsimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto. É membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein, um dos mais renomados do mundo.

Possui vasta experiência em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, tanto em Clínica Médica como em Cirurgia Oncoplástica. Realiza cursos e workshops de Saúde da Mulher, bem como trabalhos voluntários de preparação de gestantes, orientação de adolescentes e prevenção de DST´s. Participou de inúmeros trabalhos ligados à saúde feminina nas mais variadas fases da vida e atua ativamente em programas que visam ao aprimoramento científico. Atualiza-se por meio da participação em cursos, seminários e congressos nacionais e internacionais e produz conteúdo científico para produções acadêmicas. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto.

Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.

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